Dois Abraços
Silvestre Kuhlmann
Inda se vê no céu a estrela matutina
A despedir seus raios sobre Nazaré
E já trabalha e sua nosso bom José
Um tanto de ferreiro, um tanto carapina
Inda é bem cedo, o galo da manhã clarina
Convida o burgo pobre a se postar de pé
Fina fumaça esfuma o céu, da chaminé
Da casa de Maria, aos fundos da oficina
Entra o Menino e abraça o pai devagarinho
E a túnica do pai recende a cedro e pinho
O cheiro da floresta quando a noite cai
Se um dia, no calvário, ele abraçar a cruz
Por certo há de lembrar, o Salvador Jesus
Que tinha esse perfume a túnica do pai
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